sábado, 6 de outubro de 2007

O que é linguagem formal?

É aquela que segue os princípios da gramática . É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e nos livros em geral.

SENHORA José de Alencar
Aurélia Camargo, moça pobre, torna-se rica graças à herança do avô, recebida aos l8 anos, quando é apresentada à sociedade fluminense. Encanta a todos com sua esplendorosa beleza. Órfã, tem em sua companhia uma parenta viúva, D. Firmina Mascarenhas, mas é Aurélia quem governa a casa como bem entende. A velha senhora é uma espécie de "mãe de encomenda", forma de não chocar aqueles que se opõem à emancipação feminina.

O que é linguagem informal?

É aquela empregada no . Portanto, é bastante informal, incorpora gírias e expressões populares e não obedece, necessariamente, às regras da gramática normativa.
Sopa de pedras
Pedro Malasarte era um cara danado de esperto. Um dia ele es­tava ouvindo a conversa do pessoal na porta da venda. Os matutos fa­lavam de uma velha avarenta que morava num sítio pros lados do rio Cada um contava um caso pior que o outro:
— A velha é unha-de-fome Não dá comida nem pros cachor­ros que guardam a casa dela — dizia um.
— Quando chega alguém pro almoço, ela conta os grãos de feijão pra pôr no prato. Verdade! Quem me contou foi o Chico Carreteiro, que não mente — afirmava outro.
— Eta velha pão-duro! — comentava um terceiro. — Dali não sai nada. Ela não dá nem bom-dia.
O Pedro Malasarte ouvindo. Ouvindo e matutando. Daí a pouco entrou na conversa:
— Querem apostar que pra mim ela vai dar uma porção de coisas, e de boa vontade?
— Tu tá é doido! — disseram todos — Aquela velha avarenta não dá nem risada!

— Pois aposto que pra mim ela vai dar — insistiu o Pedro. — Quanto vocês apostam?
A turma apostou alto, na certeza de ganhar. Mas o Pedro Malasar-te, muito matreiro, já tinha bolado um plano na cabeça. Juntou umasroupas, umas panelas, um fogãozinho, amarrou a trouxa e se mandoupra casa da velha. Era meio longe, mas pra ganhar aposta o Malasartenão tinha preguiça. -
O Pedro foi chegando, foi arranchando, ali bem perto da porteira do sítio da velha. Esperou um tempo pra ser notado. Quando viu que a velha já tinha reparado nele, armou o fogãozinho, botou a panela em cima, cheia de água, e acendeu o fogo. E ficou o dia inteiro cozinhando água.
A velha, lá da casa, só espiando. E a panela fumegando. E o Pedro atiçando o fogo.
. [...]
Até que ela não conseguiu mais se segurar de curiosidade. Saiu e veio negaceando, olhar de perto. O Pedro pensou: "É hoje!".
Catou umas pedras no chão, lavou bem e jogou dentro da pane­la. E ficou atiçando o fogo pra ferver mais depressa.
A velha não se conteve:
— Oi, moço, tá cozinhando pedra?
— Ora, pois sim senhora, dona! — res­pondeu o Pedro. — Vou fazer uma sopa.
— Sopa de pedra? — perguntou a velha com uma careta. — Essa não, seu moço! Onde já se viu isso?
— Pois garanto que dá uma sopa pra lá de boa.
— Demora muito pra cozinhar? — perguntou a velha ainda duvidando.
— Demora um bocado.
— E dá pra comer?
— Claro, dona! Então eu ia perder tempo à toa?
A velha olhava as pedras, olhava pro Pedro. E ele atiçando o fogo, e a panela fervendo. A velha meio incrédula, meio acreditando.
— É gostosa, essa sopa? — perguntou ela depois de um tempo.
— É — respondeu o Malasarte. — Mas fica mais gostosa se a gente puser um temperinho.
— Por isso não — disse a velha. — Eu vou buscar.
Foi e trouxe cebola, cheiro-verde, sal com alho.
— Tomate a senhora não tem? — perguntou o Pedro.
A velha foi buscar e voltou com três, bem maduros.

Pedro botou tudo dentro da panela, junto com as pedras. E atiçou o fogo.
— Vai ficar bem gostosa — disse ele. — Mas se a gente tivesse um courinho de porco...
— Pois eu tenho lá em casa — disse a velha. E foi buscar.
Couro na panela, lenha no fogo, a velha sentada espiando. Daí a pouco ela perguntou:
— Não precisa pôr mais nada?
— Até que ficava mais suculenta se a gente pusesse umas batatas, um pouco de macarrão...
A velha já estava com vontade de tomar a sopa, e perguntou:
— Quando ficar pronta, posso provar um pouco?
— Claro, dona!
Aí ela foi e trouxe o macarrão e as batatas.
Malasarte atiçou o fogo, pró macarrão cozinhar depressa.
Daí a pouco a velha já estava com água na boca!
— Hum, a sopa tá cheirando gostosa! Será que as pedras já amoleceram? Em vez de responder, o Pedro perguntou:— A senhora não tem uma lingüicinha no fumeiro? Ia ficar tão bom...Lá foi a velha de novo buscar a linguiça.
Cozinha que cozinha, a sopa ficou pron­ta. Malasarte então pediu dois pratos e talhe­res, a velha trouxe.
O Pedro encheu os pratos, deu um pra ela. Separou as pedras e jogou no mato.
— Ué, moço, não vai comer as pedras?
— Tá doido! — respondeu o Malasarte. — Eu lá tenho dente de ferro pra comer as pedras?
Em Contos populares para crianças
da América Latina. Tradução
e adaptação de Neide T. Maia
Gonzáles. São Paulo:
Ática, 1984. p. 8-15.E tratou de se mandar o mais depressa que pôde. Foi correndo pra venda, cobrar o dinheiro da aposta

Somos o que falamos?

Às vezes, mesmo sem perceber, falamos em determinadas situações de modo diferente do habitual, por exemplo, quando falamos em público, quando conversamos com pessoas mais instruídas do que nós ou com pessoas que ocupam cargo ou posição elevada. Nessas situações, quando sempre empregamos a língua formal, isto é, falamos de uma modo mais cuidadoso, evitando gírias, expressões grosseiras e palavras ou expressões que demonstrem intimidade com o interlocutor.